O projeto Fênix utiliza uma
abordagem holística para propor a construção de uma rede sustentável, benigna e
vibrante de empreendimentos agroflorestais e industriais na Amazônia. Inspirado
nas sofisticadas soluções da tecnologia natural, o projeto visa o desenvolvimento
econômico harmônico, empregando conceitos e estratégias que estimulem sinergias
entre as atividades humanas sem ameaçar a integridade dos ecossistemas naturais
remanescentes. Dentre suas varias propostas está a introdução de uma nova
cadeia inteligente de produção para produtos ecológicos de madeira. Essa cadeia
inicia-se nos plantios conjugados de espécies florestais pioneiras de rápido
crescimento -para a produção de fibras-, com madeira de lei de crescimento mais
lento -para produção de troncos com pequenos diâmetros-. Os plantios são
utilizados na recuperação de áreas degradadas através do enriquecimento de
capoeiras, o que permite a inclusão de pequenos agricultores no processo
produtivo destas matérias primas. Industrias adaptadas e distribuídas na
Amazônia podem então transformar fibras leves das pioneiras, ou varetas de
pequenos diâmetros das
madeiras duras, em uma grande variedade de
materiais compósitos e outras madeiras engenheiradas
(prensadas, extrudadas, injetadas, laminadas, agregadas, etc.).
O projeto Fênix Amazônico foi concebido
no INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia do Ministério de Ciência,
Tecnologia e Inovação) sob a liderança do pesquisador Antonio Donato Nobre, resultado
da cristalização da longa experiência do instituto em botânica, ecologia da
floresta, silvicultura tropical, tecnologia da madeira e áreas afins. Depois de
alguns anos de amadurecimento conceitual, o projeto atraiu parceria atuante e
criativa da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), que sob a liderança da
professora Alessandra Lucas do Departamento de Engenharia de Materiais
constituiu o Grupo de Biocompósitos e Nanobiocompósitos do Fênix. Esse grupo surgiu e se estabeleceu com o
propósito de desenvolver materiais poliméricos com farinhas de madeira e fibras
das espécies pioneiras e cercas vivas propostas pelo Fênix. O
grupo da UFSCar desenvolveu novos materiais
feitos da mistura de polímeros termoplásticos com as fibras de madeiras
amazônicas de ciclo curto - como balsa, caroba, surucucumirá e marupá - além de fibras de 2 espécies de palmeiras -
pupunha e tucum - para dar origem a uma grande variedade potencial de
substitutos para madeira serrada. Estes desenvolvimentos surgiram de estreita colaboração
com o pesquisador do INPA Antenor Barbosa, coordenador do Grupo de Pesquisas em Silvicultura de Espécies Florestais
Nativas da Amazônia, e também com grupos de outras Universidades e Centros de
Pesquisa no Brasil (UFMG, UFLA, UFBA, Embrapa Instrumentação) e no exterior
(Universidade de Copenhagen, INP-Grenoble e Universidade de Strasbourg). Os
biocompósitos desenvolvidos, materiais híbridos com virtudes combinadas de
madeira e plástico, apresentaram desempenho no mínimo similar ou até mesmo
superior ao dos tradicionais compósitos com farinha de madeira de eucalipto,
com destaque para surucucumirá, caroba e balsa. As principais aplicações destes
compósitos são na construção civil (perfis extrudados, do tipo madeira
plástica) e na indústria automobilística (peças injetadas e termoprensadas). O
grupo da UFSCar busca hoje fomento para transferir a tecnologia de fabricação
dos biocompósitos aos pesquisadores do INPA e auxiliar futuramente na transferência
às indústrias locais interessadas na fabricação destes biocompósitos. Os
estudos com nanoestruturas de celulose (nanofibrilas e nanocristais) das fibras
e farinhas das madeiras Amazônicas estão em andamento e resultados iniciais
indicam um excelente potencial para a obtenção destas nanoestruturas, agregando
altíssimo valor à estas fibras.
Breve
Introdução ao Projeto Fênix Amazônico
Para ilustrar de modo bem sumarizado, o diagrama acima mostra os principais componentes do sistema de produção por onde o ecossistema Fênix de empreendimentos sustentáveis iniciou seu pensar. A floresta conecta-se com as áreas desmatadas por seus serviços ambientais e pelas sementes de espécies madeireiras, fibrosas, oleaginosas, fruteiras, etc. que vão permitir um renascimento das cinzas nas áreas degradadas, reconstruindo ecossistemas produtivos e recriando seus serviços ambientais. Mas esse renascimento agrega agora novas formas de produção para madeiras, fibras, biocombustíveis, alimentos, etc. Como a simples produção de materiais naturais não se sustenta como alternativa econômica viável, é necessária agregação de valor, daí sugere-se a industrialização nas fronteiras rurais, que vão produzir riqueza através da tecnologia e do design em produtos ecológicos de madeira e outros. Por fim, faz-se a ligação com os ecossistemas urbanos através do fornecimento de moveis, casas e artefatos de madeira em uma direção e no contra fluxo o recolhimento de resíduos plásticos, minerais, etc, que serão reciclados na fabricação dos produtos tecnológicos desta nova madeira ecológica.
ONDE OBTER A SEMENTE OU DA EMBAUBA TB COMO ´E FEITA A COMERCIALIZAÇÃO, E O RENDIMENTO POR ARVORE É BOM
ResponderExcluir